O pastoril é uma antiga tradição, muito presente na cultura nordestina, em que teve suas origens na Europa e sendo importado para o Brasil sofreu diversas modificações, tal manifestação artística compõe um dos atrativos, principalmente, de festejos natalinos e comemorações da Epifania do Senhor, podendo apresentar-se quanto religioso ou profano. O pastoril é composto em sua maioria por meninas, nele há uma união de danças e músicas, em que ocorre as chamadas "jornadas", isto é, etapas em que textos são cantados formando uma narrativa.
Em Cabaceiras o pastoril, como na maioria das demais localidades, é uma competição entre dois grupos de meninas, os chamados "cordões", representados nas cores vermelha e azul, em nossa cidade o objetivo desta prática é a aquisição de dinheiro, seja para a Igreja ou para pagar despesas da festa em que ocorre esta apresentação folclórica, a arrecadação acontece pela a "aposta" feita pelos espectadores em um dos cordões, o grupo que conseguir maior quantidade de dinheiro ganha o pastoril.
Em nossa cidade uma grande incentivadora desta prática foi Dona Terezinha de Jesus Farias Aires, o primeiro pastoril que ela organizou foi em 1952 como podemos ver na imagem a seguir:
De acordo com D. Nadir, que nos cedeu esta foto e as informações acima, o pastoril acontecia no coreto da praça que fica em frente à Prefeitura, as moças vestiam saias de filó, repletos de florzinhas com as suas respectivas cores do cordão e como podemos ver na imagem cada uma porta uma panderola enfeitada com fitas, que é uma das características dessa dança.
Mesmo com o passar dos anos essa tradição não se perdeu, atualmente, em nossa cidade a grande educadora D. Socorro Gomes é a principal organizadora dos pastoris, nas quais envolve moças e crianças de nosso município, dando continuidade a essa prática cultural que perdura desde muitas décadas.
Pastoril organizado pela professora Socorro Gomes em apresentação no II Encontro do Folclore brasileiro da Escola Neuly Dourado em 2014. |
Cabaceiras-PB
05 de dezembro de 2017
REFERÊNCIAS:
Foto do arquivo pessoal de D. Nadir Pereira
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